BERIMBAU PICA-PAU Nº 01 - 1966 EDITORA O CRUZEIRO / Esta é a 1ª edição publicada no Brasil, por essa editora, porque anteriormente, a Editora Brasil-América - EBAL, lançou 59 edições de 1959 à 1963, mais 4 almanaques, entre 1961 e 1964. A curiosidade fica por conta de que nenhuma das duas editoras mencionadas, usou somente, seu nome mais característico e tão popular que o tornou, tanto nos quadrinhos publicados mundialmente, como nos desenhos animados da televisão, ou seja, somente PICA-PAU! Pela editora "O Cruzeiro", havia a denominação de "Berimbau Pica-Pau", e pela "Ebal", "Údi-Údi" e em letras menores, "Pica-Pau".
Sem dúvida alguma, um dos personagens mais marcantes dos desenhos animados, o Pica-Pau foi criado por Walter Lantz na década de 1940, alías, nascido Walter Benjamin Lanza (New Rochelle, 27 de abril de 1899 / Burbank, 22 de março de 1994). Filho de uma família de imigrantes italianos, seus pais foram Francesco Paolo Lanza e Maria Gervasi, vindos de Calitri, Itália. Durante sua infância adorava desenhar, teve aulas de desenho aos doze anos. O primeiro curta animado a que assistiu foi "Gertie the Dinosaur", de Winsor McCay. e justamente esse desenho, foi um dos motivos que o inspirou a carreira de desenhista e animador de desenhos. Em setembro de 1929, Walt Lantz finaliza seu primeiro desenho animado, com o título "Race Riot". Em 1935, Lantz trabalhava como produtor independente, co-produzindo os desenhos animados com a Universal Pictures em vez de coordenar o departamento de animação. Alguns dos seus curtas foram produzidos com a marca Castle Films, também pertencente a Universal na época. Em 1940, começa a negociar os direitos dos personagens que trabalhou. entre idas e vindas, no mesmo ano, montou um novo estúdio, onde criou o personagem Andy Panda que rapidamente alcançou um grande sucesso.
Em um dos desenhos de Andy, o desenhista Lantz criou um irritante problema para o ursinho e seu pai, um Pica-Pau que insistia em fazer buracos no seu telhado. O pássaro de olhos verdes e esbugalhados, patas como polainas, dentes e freqüentemente de cachecol, desagradou o editor da Universal Ernie Kreisler, que quase desistiu de distribuir o cartoon, felizmente, ele mudou de ideia, pois o desenho “Knock Knock” foi um sucesso estrondoso. Em 1941, estréia, Woody Woodpecker (O Pica-Pau), o clássico episódio em que os animais da floresta diziam que o Pica-Pau estava maluco e ele decidia ir ver um doutor. Mas só no dia 3 de outubro de 1957 é que o personagem aparecia na NBC, num show todo seu, o "The Woody Woodpecker Show", com o patrocínio dos cereais Kellogg´s e produção da Universal Studios. O sucesso foi enorme e desde então o Pica-Pau tem conquistado milhões de pessoas ao longo de todos esses anos de existência. No início o próprio cartunista aparecia na abertura e encerramento do show, interagindo com seu personagem, apresentando os episódios direto de seu escritório, e mostrando como os desenhos eram realizados. A primeira versão do Pica-pau, a de 1941, era muito mais sádica digamos assim, e mais psicótica, que as produções posteriores, ficando conhecido como o Pica-Pau louco, ou maluco! Nesta ele aparece com listras nas pernas, barriga com penas vermelhas, grandes olhos verdes e dentes salientes.
Aos poucos o personagem foi ganhando traços mais simpáticos e seu temperamento foi ficando mais civilizado, foi quando contracenou com seus dois sobrinhos, e por isso mesmo, tinha que dar bons exemplos. Como Lantz estava lutando financeiramente, a longevidade do Pica-Pau foi assegurada quando seus desenhos passaram a ser exibidos na televisão, no programa The Woody Woodpecker Show, transmitido pela ABC. O programa semanal de meia-hora consistia em uma compilação de 3 curtas-metragens cinematográficos do Pica-Pau, seguidos por um breve comentário de Walter Lantz, o apresentador do programa, cujas filmagens em live-action interagiam com novas sequências animadas do Pica-Pau, como se uma pessoa e um desenho animado estivessem apresentando o programa juntos. Em 1970, O Show do Pica-Pau transferiu-se para a NBC, onde ficou até 1972. A NBC obrigou Lantz a editar grande parte dos desenhos animados mais antigos, fazendo-o cortar as cenas que continham violência, o que Lantz fez com total protesto. Adicionalmente, o próprio Pica-Pau também teve que sofrer mudanças no seu comportamento, ganhando uma personalidade mais tranquila e menos agressiva. Sua marca registrada, é reconhecida no mundo todo, uma gritante gargalhada ou canto esquisito, obra do excepcional dublador Mel Blanc e que anos mais tarde teve que ser adaptada por outros atores.
O desenho começa sempre, com uma aparente tranquilidade do personagem central, ou da vítima que ainda não sabe, muito embora, a única intenção do personagem é levar a sua vida numa boa, em sua casinha num tronco de árvore, ou voando por aí picando madeira, o que geralmente perturba alguém que irritado tenta se ver livre do pássaro, é nessa hora que o Pica-Pau não fica por baixo, fazendo de tudo para sacanear o seu adversário. À partir desse instante, vale tudo, das mais sórdidas trapaças, vestindo-se até de mulher para enganar os vilões ou até partir pra briga com suas doloridas bicadas. Numa época em que os desenhos tentavam passar uma mensagem positiva ou educativa, o pássaro quebrou todos os tabus com histórias repletas de menções ao tabagismo, alcoolismo ou sensualidade. O próprio personagem se definiu certa vez para Meany Ranheta como alguém não muito bom: "Eu tenho uma porção de hábitos. E são todos ruins!”. Por isso mesmo as aventuras do Pica-pau tiveram problemas com a censura e a imprensa, por causa da violência. Mas talvez por causa de seu comportamento e personalidade, o Pica-Pau nem sempre tinha finais felizes em seus episódios. Em vários deles, nosso herói terminava com um galo na cabeça, soltando sua gargalhada característica num tom melancólico.
O personagem costuma agir sozinho, a não ser em alguns episódios em que aparece com seu amigo cavalo Pé de Pano (Sugarfoot). Tem também uma pequena galeria de vilões que aparecem com frequência. Entre os mais comuns encontramos o Leôncio, um leão-marinho com um sotaque alemão e que dos vilões era o mais abobalhado. Com um pouco mais de malandragem, tínhamos o Zeca Urubu e o Zé Jacaré, que vivia tentando almoçar nosso herói. Mas divertido mesmo é ver o Pica-Pau atormentando Dooley, o vagabundo, que também costuma aparecer nos desenhos como um vilão do velho oeste. Outra que vive sendo atormentada pelo Pica-Pau é a caçadora de borboletas Meany Ranheta, que numa outra versão do desenho também é a dona da pensão onde mora o pássaro.
A primeira dublagem do personagem, e raríssima por sinal, foi da DUBLASOM / GUANABARA, depois foi realizada pela AIC - SP e quem fazia a voz do Pica-pau era o ator Walter Silva, mas a sua voz mais característica por aqui, foi do ator Olney Cazarré, o corintiano da Escolinha do Professor Raimundo, apesar de também ter tido a voz do Garcia Jr.
Dubladores Originais
Mel Blanc .... Pica-pau
Grace Stafford .... Pica-pau
Ben Hardaway .... Pica-pau
Dal McKennon .... Zeca Urubu
Daws Butler .... Zé Jacaré
Grace Stafford .... Meany Ranheta
Walter Lantz .... Narrador
Dubladores Brasileiros
DUBLASOM / GUANABARA: ???????????????????????????????????
AIC - São Paulo e BKS:
Olney Cazarré .... Pica-pau
Garcia Jr. .... Pica-pau
Borges de Barros .... Zeca Urubu
Garcia Neto .... Zeca Urubu
Jorge Barcelos .... Zeca Urubu
Felipe Di Nardo .... Zeca Urubu
Antônio Moreno .... Zeca Urubu
Siomara Nagy .... Meany Ranheta
Dolores Machado .... Meany Ranheta
Ivete Jayme .... Meany Ranheta
Luiz Perrone .... Leôncio
Borges de Barros .... Leôncio
Waldir de Oliveira .... Zé Jacaré
Jorge Barcelos .... Zé Jacaré
Olney Cazarré .... Toquinho
Garcia Jr. .... Toquinho
Rita Cleós .... Lasquinha
Márcia Gomes .... Lasquinha
Garcia Neto .... Narrador
João Ângelo .... Narrador
Carlos Vaccari .... Narrador
F I M
Nenhum comentário:
Postar um comentário