DIVERSÕES JUVENIS APRESENTA: CRÁS Nº 01 - 1974 EDITORA ABRIL / Esta HQ em formato de revista foi uma proposta da editora Abril, em oferecer um espaço para os artistas brasileiros mostrarem seu trabalho. Entre os profissionais que colaboraram com a revista destacam-se nomes como o de Renato Canini, Rui Perotti, Waldyr Igayara, Primaggio, Ivan Saidenberg, Zélio, Ciça e muitos outros, entre desenhistas e argumentistas dos mais variados gêneros. Apesar da qualidade do material ser excelente, da proposta inovadora e do incentivo da editora, a revista teve apenas seis edições, sendo encerrada em 1975, tendo saído à partir dela, 4 derivados entre 1974 e 1976. Foi a primeira tentativa nacional, editada pela Editora Abril, de se reunir, numa só revista, personagens e temas variados como humor e drama. Consta que desde 1971 o Departamento de Infanto-Juvenis da Abril, havia proposto a criação de uma revista só de autores nacionais e suas criações, nos moldes das europeias “Linus” e “Pilote”. A “Crás” era uma verdadeira salada de estilos e personagens, misturando veteranos e novatos, temas folclóricos e internacionais, desenho realista e cartum, e vários participantes eram prata da casa. havia de se ter o cuidado também, na criação de personagens que não ferissem a moral e os bons costumes, que não fosse anarquista, subversivo e tal e coisa...afinal, os anos eram de governo militar, ocupado por um militar e politico, o 28º Presidente do brasil, Emílio Garrastazu Médici onde permaneceu de 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974, obtendo durante esse tempo, a patente de General do Exercito. Na verdade, a Crás surgiu em fevereiro de 74, no final do mandato do governo Médici. Na verdade, conforme informações coletadas em diversos locais da web, Crás foi um produto que misturava diversas tendências do quadrinho brasileiro daquele momento com a experiência editorial de uma empresa voltada para o mercado. Até foi uma proposta ousada no sentido de tentar difundir a produção de quadrinhos nacionais a um público acostumado às histórias em quadrinhos mais tradicionais e comerciais. No entanto, parece ter se tratado muito mais de uma iniciativa ligada ao idealismo de editores e artistas que trabalhavam naquele momento na editora Abril do que propriamente de uma estratégia institucional dessa grande casa publicadora no sentido de abrir o mercado para as produções nacionais. Nessa iniciativa havia ainda uma clara intenção de valorizar a linguagem das histórias em quadrinhos como legítima forma de manifestação artística, o que é fortalecida pela série de matérias apresentadas nas segundas e terceiras capas das revistas, enfocando a História da história em quadrinhos no Brasil. enfim, naqueles tempos quando éramos mais jovens, sequer tínhamos uma formação ideológica, ou cultura avançada o bastante para entender o que determinados personagens, através de seus criadores, tentavam transmitir a nós a não ser através de entretenimento, ação e diversão pura e gratuita, e Crás na minha opinião foi uma das grandes oportunidades perdidas de melhorar e reativa o mercado, brasileiro nacional de quadrinhos através de uma das "grandes" do Brasil! Crás em suas 6 edições, teve 68 páginas coloridas de divertimento variado, e marcou época em seu curto tempo de vida, porque não?
F I M
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