sábado, 3 de setembro de 2016

REVISTAS ANTIGAS (OLD / CLASSIC MAGAZINES) - RECREIO Nº 02 A REVISTA BRINQUEDO - 1969 EDITORA ABRIL


RECREIO Nº 02 A REVISTA BRINQUEDO - 1969 EDITORA ABRIL / Pessoal, antes da postagem publicada logo abaixo, sobre o nascimento da Revista Recreio, não posso ficar sem ter minha pessoal opinião sobre essa publicação, e espero estar compartilhando também, opiniões idênticas, ou até mesmo divergentes mas que nos remetam além da viagem no tempo, sobre o quanto às vezes pode ser importante, rever alguns conceitos, ora por força das ideologias modernas (da moda) ou sistemas implantados "de um futuro melhor", ou "para um futuro melhor"....bem, certamente vocês entenderão melhor ao lerem mina opinião, e a matéria publicada em 1999 na Folha de S. Paulo, principalmente para aqueles que conheceram "Recreio". A Revista Recreio sem dúvida alguma, foi um marco editorial e tenho certeza absoluta de que mesmo com toda tecnologia que temos hoje em dia, a era da informática, os games, o mercado da era digital e da comunicação, as filosofias culturais e educacionais que atravessam o país, se publicada fosse nos dias atuais, pela própria Abril, Panini, Globo, etc e tal, teria mercado tranquilo entre o público infantil, e serviria até para reunir novamente em casa, a mamãe, o papai, os irmãos mais velhos, enfim, o contexto mais amplo do significado da palavra "Família", através de um material altamente didático e na minha insignificante avaliação diante de pessoas altamente profissionais e gabaritadas para emitir opiniões sobre o tema, uma publicação "motivacional", e que certamente assim como ocorreu há mais de 30, 40 anos, os educadores através dos colégios, escolas infantis, adotariam  a revista, como forma auxiliar de entretenimento, diversão e aprendizado!  





      
No dia 23 de abril de 1999, numa sexta-feira esta matéria foi publicada por Mônica Rodrigues da Costa (Editora do suplemento "A Folhinha") na seção "Memória" do Caderno Folha Ilustrada, do jornal A Folha de São Paulo, onde apenas me permito alterar somente o tempo de vida que permaneceu nas bancas de jornais e revistas do país, ou seja, no ano em que estamos de 2016, faz 47 anos que foi lançada em todo o Brasil, a revista "Recreio", pela editora Abril, cujo lema era "Leia e Pinte, Recorte e Brinque". Febre entre as crianças, que brincavam sozinhas com as atividades, a publicação vendeu aproximadamente um milhão de exemplares por mês em cerca de um ano e meio. Foi quinzenal no início e depois passou a semanal. "Recreio" foi um marco na pedagogia brasileira. Foi adotada por inúmeras escolas. A revista veiculava brincadeiras que ensinavam, sem a criança perceber, operações matemáticas e a língua portuguesa, além de prepará-la para a alfabetização (exercícios de psicomotricidade e discriminação visual). 






A receita do sucesso incluía a simplicidade de um projeto gráfico uniforme, temas definidos e idade especificada - 4 a 7 anos. Sonia Robatto, 61, foi criadora do projeto, ao lado de Waldir Igayara, que o concebeu graficamente. Ela conta que tudo começou quando foi oferecer em 1968 uma história sua, "A Sapa Cristina", e recebeu o convite para criar o projeto. Sonia foi contratada e montou uma redação. Ruth Rocha, 68, entrou no oitavo número como orientadora educacional. No princípio, "Recreio" tinha 16 páginas e um encarte com uma atividade para montar com tesoura e cola, própria para a faixa etária. "A revista partia de um único assunto -uma história de ficção- que se desdobrava em atividades preparatórias de leitura para crianças até os sete anos. A idéia era que fosse a primeira revista de uma criança pequena", conta Robatto. Mas "Recreio" contava com a colaboração dos pais, que deveriam ler as histórias para as crianças. "A gente também acompanhava o calendário escolar e tudo o que acontecia no ano, não só na escola, como as estações do ano. Abordava temas como o medo da criança de ficar sozinha ou o irmão que chegava, os problemas de um núcleo familiar, de um bairro e da escola ou do país", conta Robatto. Ruth Rocha, que também comemora este ano 30 anos de carreira como escritora de literatura para crianças, considera o aniversário importante. 






"Acredito que "Recreio" foi uma das publicações impulsionadoras da nova literatura que surgiu por essa época." Para Ruth, a eficácia pedagógica de "Recreio" na escola pode ser atribuída ao fato de ela não adotar, até então, como orientação geral, métodos similares. "As crianças brincavam e achavam aquilo uma farra, faziam com gosto, não sabiam que era lição." O auge da publicação durou cerca de 50 números ou um ano e meio. "Às vezes, chegou a vender mais de 220 mil exemplares por semana. Quando vendia pouco, vendia 120 mil", diz Robatto. Ruth Rocha conta que Sonia Robatto a "forçou" a se tornar escritora. "Sonia estava atrás de um texto que tinha na cabeça: brasileiro, frequentemente engraçado, descontraído. Ela escreveu várias histórias assim nos primeiros números e acabou me entusiasmando." Desse modo nasceu o primeiro trabalho da escritora Ruth Rocha. "Inventei a história "Romeu e Julieta", sobre uma borboleta azul e outra amarela que não podiam brincar juntas porque tinham cores diferentes." Ruth conta que Sonia, por sua vez, incentivava o resgate do folclore. "Acredito que até hoje a gente tem de falar da alma brasileira. Quanto mais ligado à essência do povo da gente, mais internacional é um produto cultural." Por causa disso, "Recreio" trazia as festas e os heróis nacionais. 






"Peguei os mitos e as figuras fabulosas e fui escrevendo sobre eles e publicando nas datas em que eram festejados, mas com enfoque atual", conta Sonia. Com "Recreio", Sonia Robatto e Ruth Rocha ajudaram a impulsionar a produção de literatura para crianças no Brasil, que tinha Monteiro Lobato como referência praticamente única e que teve sua explosão editorial nos anos 70. Vanguarda para os padrões da época, "Recreio" foi plataforma de lançamento de inúmeros autores e ilustradores: as duas líderes da revista, Ruth e Sonia, e Ana Maria Machado, Joel Rufino dos Santos, Canini, Walcir Carrasco, Walter Ono, Maria Amélia de Carvalho (do "Bambalalão"). A revista durou até o início dos anos 80, entre saídas e retornos das duas mentoras. Ganhou edições internacionais na Argentina, Espanha e Itália. "Não durou mais porque quiseram modificá-la", afirmam tanto Ruth quanto Sonia. Ruth Rocha conta que a tiragem caiu para cerca de 25 mil exemplares por semana depois que ela e Sonia saíram. Isso aconteceu porque "ninguém entendeu o que era a publicação. O diretor que foi para lá jogou fora o meu arquivo, e lá estava tudo explicado. Eles achavam que qualquer um fazia "Recreio'". (fim da matéria publicada na Folha de S. Paulo em 23/04/1999).




F  I  M

Um comentário:

  1. Este ano faço 60 anos e quando criança amava essa revista. Lamento que o mundo de hoje não aceite mais esse tipo saudável de literatura. Vivemos em uma sociedade doente.

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