CONTOS DE TERROR (TALES TERROR) Nº 55 - 1958 EDITORA LA SELVA / Contos de Terror teve exatas 114 edições publicadas, de 1954 à 1964, com 36 páginas internas em preto e branco, as histórias desta revista eram todas compradas da APLA (Agência Periodística Latino-Americana) e vinham de diversas editoras americanas diferentes. Fundada na segunda metade década de 1940. Antes de inaugurar a editora, o conhecido empresário Vito Antonio La Selva atuava apenas como distribuidor de revistas. Mas as vendas razoáveis de pequenos títulos como “Bom Humor” (1946), despertaram sua curiosidade para a edição de revistas. sendo responsável pela distribuição, o próximo passo poderia perfeitamente o de produzir o produto. Sem muita divulgação, lançou “Seleções de Modinhas”, sobre música. Com os filhos ajudando na distribuidora, Vito começou também a co-editar “Bom Humor” e “Aventuras” (esta última, a primeira revista em quadrinhos de Vito La Selva).
A experiência deu certo. O novo desafio de Vito era estruturar e fazer funcionar a Editora La Selva. Primeiro, comprou “O Cômico Colegial”, o gibi de Auro Teixeira. Depois, criou uma revista com reportagens policiais. No inicio de 1950 as revistas já estampavam o conhecido selo da Editora La Selva. Coube ao português Jayme Cortez, fazer grande revolução nas capas da editora, sobretudo em “O Terror Negro”. Até então as capas das revistas da La Selva eram desenhadas por Waldemar Cordeiro. A sede da La Selva ficava em S. Paulo, nos fundos de um casarão na rua Pedro de Toledo, na Vila Mariana, mas no início, a editora imprimia suas revistas nas gráficas da Abril e de Victor Chiodi. Isso mudou no final dos anos 50, quando a La Selva comprou a editora e gráfica Novo Mundo de Chiodi, no bairro do Brás. Nessa época, a La Selva era a maior editora de HQs do Brasil, vendendo mensalmente mais de um milhão de exemplares, somando os cerca de 30 títulos que tinha nas bancas todos os meses. No final de 1958, resolveu lançar uma série de livros para vender através do reembolso postal, uma modalidade bastante lucrativa para os editores, uma vez que eliminava os livreiros / livrarias e mesmo os donos de bancas de jornais.
Os livros eram anunciados nas revistas da casa e vendidos diretamente aos leitores pelo preço que teriam nas livrarias. E mais: o correio pagava ao editor antecipadamente, antes mesmo que o comprador recebesse e pagasse pela mercadoria, mediante uma pequena taxa. Esse sistema foi responsável por boa parte da renda das pequenas editoras paulistas até os anos 70, quando acabou. A Editora La Selva sobreviveu até 1968, quando problemas financeiros comprometeram irremediavelmente sua continuidade. Publicou até o fim um dos carros-chefe, “O Terror Negro”, lançada em 1950, que entrou para a história pelos seu recorde de 18 anos de circulação ininterrupta e mais de 200 números publicados, além de várias reedições. Um clássico do Terror com algumas páginas para você amigo seguidor do blog, ou fã e colecionador do genero, recordar de um tempo dificil em que ser leitor ou adquirir gibis ou como queiram hoje em dia HQ's, era sinônimo de vagabundagem, ou gente que não tinha o que fazer, com um produto altamente alienável para as crianças e a juventude do país...pelo menos era o que pensavam e pregavam uma boa parte da sociedade brasileira naqueles tempos, atravessando épocas governamentais de preconceitos e ditadura militar opressiva da nossa história nacional!
10 CAPAS DAS EDIÇÕES DE CONTOS DE TERROR DA EDITORA LA SELVA:
(ÚLTIMA EDIÇÃO DO TÍTULO "CONTOS DE TERROR" / EDIÇÃO Nº 114)
F I M
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