quinta-feira, 5 de maio de 2016

GIBIS ANTIGOS (CLASSIC COMICS) - FANTASMA MAGAZINE Nº 19 (THE PHANTOM / L' UOMO MASCHERATO - 1956 RIO GRÁFICA EDITORA (RGE)


FANTASMA MAGAZINE Nº 19 - 1956 RIO GRÁFICA EDITORA (RGE) / Uma criação de Lee Falk e Ray Moore, este personagem faz jus aos ditados da selva e uma das frases mais projetadas no mundo para identificá-lo, "O Espirito que anda", parece mesmo, ser imortal, um herói que não tem prazo de validade, e permanece na ativa após tantos e longos anos de sua existência, senhoras e senhores, O FANTASMA! Quando a King Features Syndicate resolveu licenciar esse "cara", me custa acreditar que todos os envolvidos tivessem a perspectiva do sucesso de suas aventuras pelo mundo, afinal de contas, desde que surgiu pela primeira vez em 1936, de lá para cá, muita coisa mudou, o mundo é outro completamente diferente do universo e momento em que foi criado. Nas tiras diárias dos jornais, mais tarde, nas páginas dominicais dos jornais americanos, o Fantasma é o 21º membro de uma dinastia que combate o mal e a pirataria há cerca de 500 anos. 


O texto de abertura nas histórias clássicas e mais emocionantes, sempre vinha com os dizeres básicos aos novos leitores e prováveis fãs do heróis, para se situarem em qual estilo de aventura, todos seriam transportados: Na escuridão da selva, os tambores murmuram: Há mais de 400 anos, uma embarcação foi atacada por piratas Singh. O filho de um lorde inglês, que sobreviveu na costa de Bengala, foi acolhido por pigmeus Bandar, Algum tempo depois, recuperado fisicamente, mas ainda tomado pela dor da perda, o jovem Kit, toma o crânio descarnado do assassino de seu pai (reconhecido por trajar as roupas de seu pai), profere o célebre juramento da caveira: "Juro dedicar minha vida à tarefa de destruir a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. E meus filhos e os filhos de meus filhos me perpetuarão". A partir daí surge a dinastia do fantasma de pai para filho, uma herança é passada. Sempre com o mesmo uniforme, e por séculos combatendo a vilania, surge o mito da imortalidade. E o  herói que conhecemos,  é justamente este da 21ª geração da Dinastia do Fantasma e se chama Christopher "Kit" Walker como todos os seus antecessores. 


A história editorial do Fantasma pode ser dividida em duas partes: a primeira que vai de 1936 a 1953, onde o Fantasma não tinha um título próprio e era publicado em várias edições em forma continuada junto com outros personagens como Tarzan e Superman. E a segunda parte a partir de 1953, quando ele ganhou uma revista própria com histórias completas e constantes em cada edição. O ponto central das aventuras, ou o "quartel general", é a Caverna da Caveira, localizada na misteriosa e impenetrável Floresta Negra, situada na África, sendo que em suas primeiras histórias, ficava em algum lugar entre a Ásia e a África. Para conseguir sustentar essa lenda de que ele é imortal, O Fantasma conta com a ajuda de vários personagens em suas aventuras, principalmente a tribo dos pigmeus Bandar, que salvaram o primeiro Fantasma, pensando que ele era um deus louro que os libertaria da escravidão de outra tribo. A Patrulha da Selva, fundada por um antepassado dele e de quem é, secretamente, o comandante e que lhe confere legitimidade junto à lei, Diana Palmer, a namorada de todas as aventuras e sua futura esposa, Capeto seu cachorro lobo, e Herói, o cavalo branco imponente. 


Outra característica do herói são os dois anéis que ele usa: um é o Anel do Bem, para marcar as pessoas que estão sob sua proteção; o outro é o temido Anel da Caveira, que deixa sua marca no rosto dos criminosos e que nunca desaparece, e ainda mais para alimentar o temor nos malfeitores, alguns ditados são frequentemente lembrados no interior da selva, e que quando chegam aos ouvidos dos criminosos, o medo passa a dominá-los constantemente, além da insegurança de se questionarem a respeito do que passa a ser verdade ou mito, e eu separei algumas dessa lendas que circulam na selva: O Fantasma tem mil olhos e mil ouvidos, O Fantasma se move mais rápido que um relâmpago, Quem vê o rosto do Fantasma tem uma morte horrível, O Fantasma-que-Anda nunca morre, O Fantasma tem a força de dez tigres, Quando o Fantasma pergunta, você responde e Quando o Fantasma está bravo, o sangue do tigre congela. 



Na cidade, ele precisa de um disfarce convincente, para não despertar qualquer suspeita, usando roupas comuns, ele é o "Sr. Walker". A cidade que Walker mais atua é Mawitaan, a capital do fictício país africano onde se passa suas aventuras. Nas primeiras aventuras, Mawitaan era chamada de Morristown ou Frazertown. Com o passar dos anos, novos elementos foram sendo introduzidos nas histórias. Na década de 70, por exemplo, ficou estabelecido que quando não está na Caverna, o vingador da selva e sua família estão na sua Casa da Árvore, na floresta, perto de Mawitaan. A Casa que foi construída para ele após seu casamento, por uma aldeia amiga, o Povo da Corda. Seus principais desenhistas, além de Ray Moore, foram Wilson McCoy, Sy Barry e Bill Lignante. Mas também trabalharam no personagem André LeBlanc (como assistente anônimo de Barry), Steve Ditko, Walmir Amaral, na versão brasileira entre outros. No Brasil, estreou na "Gazetinha", em 1936 também. No segundo semestre de 1939, "O Globo Juvenil" conseguiu os direitos dos heróis da King Features, entre os quais o Fantasma. 




As histórias criadas por Lee Falk e o desenhista Ray Moore sempre tiveram muitas qualificações positivas,  e durante tantos anos, ainda hoje, permanece popular entre muitos leitores, inclusive uma nova geração que estão entre muitas outras séries produzidas na época e que tinham roteiro e arte de alta qualidade e não tiveram o mesmo destaque que o Fantasma. O sucesso mesmo, com certeza absoluta, é o próprio personagem, envolto no suspense e mistério que prende qualquer leitor mais desavisado e que ainda não o conhecia. É fato. Criou-se o personagem mais carismático de sua geração. O conjunto de características que cerca o herói faz dele um personagem único, num patamar acima dos demais. Mesmo não tendo nada de excepcional nas histórias e desenhos. Isso se confirma pelo fato do sucesso ter se mantido mesmo quando a série num determinado momento desse ciclo duradouro, tenha tido roteiros um pouco mais fracos, chamando menos atenção. No cinema, o herói apareceu pela primeira vez, naqueles famosos seriados das matinês em 1943, com o astro de seriados do genero, Tom Tyler. Em 1961 houve uma tentativa de se produzir uma série para a televisão, foi filmado um piloto, com Roger Creed, que foi recusado e nunca exibido. E em 1996, veio o longa metragem estrelado por Billy Zane. 




O Fantasma também fez parte de um grupo de super-heróis no desenho "Os Defensores da Terra" (1986-87) e "Fantasma 2040" (1994-96). só para se ter uma ideía, O Fantasma chegou a ser publicado por algumas editoras do Brasil, "Livraria Civilização" foi a primeira a lançar as histórias em forma de livro com capa dura, "Editora Saber", mas foi na "Rio Gráfica Editora (RGE)" e a "Globo", onde se firmou e houve um maior número de edições, tornando o personagem, conhecido do público quando chegava às bancas de jornais e revistas com suas capas bem desenhadas. E as mais recentes, "Editora L & PM", "Ópera Gráfica Editora", e "Editora Mythus". A verdade mesmo, é de que eu acho que por mais 400 anos que vier à frente...."o espirito-que-anda" continuará de alguma forma, a perpetuar sua história, a sua lenda!



F  I  M

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