PALCOS E TELAS (DE 1918 À 1921) / "A primeira revista cinematográfica da América do Sul", editada no Rio de Janeiro, o exemplar nº 1 saiu em 1918, e sua última edição de nº 178, foi em 1921. Certamente a frase que em todas as edições sempre esteve presente em alguma página, pode-se dizer de que realmente foi a primeira! Num total de 178 edições, e uma média de 16 à 20 páginas, "Palcos e Telas" trazia matérias especiais e do mundo todo sobre os grandes astros e estrelas do Cinema mudo e sonoro, que estava começando, quando ocorreu o encerramento da circulação da revista.
(A FOTO ACIMA, E A FOTO DA CAPA PERTENCEM A EDIÇÃO Nº 1 DA REVISTA PALCOS E TELAS, PUBLICADA EM 1918)
Desde que surgiu, em 1895, o cinema conquistou as platéias do mundo inteiro. Sua evolução técnica foi lenta, mas o sucesso foi imediato. Por cerca de trinta anos, o cinema mudo reinou absoluto, criando sofisticadas produções e gerando astros e estrelas, amados e idolatrados por todo o planeta. Em 1926, a produtora Warner Brothers lançou o primeiro sistema sonoro eficaz, conhecido como Vitaphone. No dia 6 de outubro de 1927, o mundo do cinema sofreu um terremoto, fazendo com que nascesse uma nova linguagem, a do cinema sonoro. Naquele dia estreava em Nova York “O Cantor de Jazz” (The Jazz Singer), pioneiro no filme com som sincronizado.
Com ampla publicidade, a Warner Bros anunciava o primeiro filme falado da história. Um grande número de pessoas lotou o cinema, trazendo uma enorme expectativa diante da novidade anunciada. Na tela surgia, em gigante, o rosto do ator lituano Al Jolson, pintado de negro, a extasiar a platéia com o som da sua voz a cantar. O cinema nunca mais seria o mesmo. O filme não era totalmente falado, trazendo cenas ainda mudas, mas a voz de Al Jolson, assim como a banda que o acompanhava, ouvia-se perfeitamente. Cronologicamente, o som chegou ao cinema muito antes da estréia de “O Cantor de Jazz”, em 1927.
Já era um anseio tão logo os irmãos Louis e Auguste Lumière, consolidaram-se como os pais da sétima arte, em 1895. Em 28 de setembro daquele ano, os irmãos Lumière realizaram a primeira projeção pública, no cinema Eden, em La Ciotat, no sudeste da França. A data oficial da primeira exibição de cinema no mundo, é tida, entretanto, como 28 de dezembro de 1895, quando foi projetada “La Sortie de L’Usine Lumière à Lyon” (A Saída da Fábrica Lumière em Lyon), no Grand Café, no Boulevard des Capucines, em Paris. Estava concretizado o invento do cinematógrafo, e, iniciada a bem-sucedida saga do cinema. Em 1931, surgiu o sistema Movietone, que passou a ser adotado como padrão.
A transição do cinema mudo para o sonoro foi tão rápida que muitos dos lançamentos distribuídos entre 1928 e 1929, que tinham começado seu processo de produção como filmes mudos, foram sonorizados depois para adequar-se a uma demanda crescente. Nos primeiros anos da década de 1930, um grupo de diretores liberou o cinema de uma absoluta dependência do microfone fixo para restabelecer a fluidez do cinema e descobrir as vantagens da sincronização posterior (a dublagem, o som ambiente e a sonorização em geral que se seguem à montagem). Quando se iniciou a produção cinematográfica no Brasil, a influência da mídia teve importante papel na formação cultural, e o cinema se tornou ponto de referência na construção de costumes do país. Surgiu assim no Rio de Janeiro a "Cinearte", revista que apresentava um lugar para o debate sobre o desenvolvimento da indústria cinematográfica brasileira. A população da cidade do Rio de Janeiro, no início do século, era em torno de um milhão cento e cinqüenta e sete mil habitantes, e havia setenta e seis espaços destinados à exibição de filmes em 1926.
Na virada do século, a imprensa de pequeno porte deixava de se ater a assuntos locais e familiares para dar lugar à grande imprensa, ocasionando a necessidade e a procura da crítica cinematográfica em jornais e revistas literárias, surgindo, então, as primeiras publicações especializadas no assunto. A importação e divulgação das produções estrangeiras teve início, alcançando o mercado de consumo e estabelecendo toda uma indústria cultural em torno da produção cinematográfica; a corrida pela informação e suas conseqüências sobre a população alcançou a produção editorial brasileira, com o surgimento de vários espaços para a discussão crítica.
Várias revistas surgiram então, tais como A Fita (1913), Revista dos Cinemas (1917), Palcos e Telas (1918), Cine Revista (1919), A Tela e Artes e Artistas (1920), Telas e Ribaltas e A Scena Muda (1921) e Foto-Film (1922). Cinearte foi uma revista brasileira sobre cinema, que foi fundada no Rio de Janeiro em 3 de março de 1926, tendo encerrado sua circulação em 1942, após 561 edições. Nesta matéria, você apreciará com sabor de quero mais, algumas publicidades cinematográficas contidas na revista, textos, algumas fotos e foto da RARA edição nº 01 da revista ocorrida em 1918, e também, do último exemplar nº 178, de 1921. AGUARDEM! BREVE NUM CINEMA PRÓXIMO DE VOCÊ, AS MAIORES E MELHORES PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS!
(AS 3 ÚLTIMAS FOTOS, PERTENCEM A EDIÇÃO FINAL DE Nº 178 DA REVISTA PALCOS E TELAS EM 1921)
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